sábado, 7 de dezembro de 2013

Mandela Day

Quase escrevi este texto há seis meses, achando que Nelson Mandela não resistiria a mais uma internação. Ficava imaginando se o mundo seria capaz de homenageá-lo à altura do que representa.
Esperei três dias após a sua ausência para perceber que tudo o que escreveram e mostraram na TV e Internet, está sendo muito pouco para o que Madiba fez pela África e pelo mundo.
Madiba é o pai da África, da negra e da branca.
Qual figura faria melhor que Mandela?

Semear a esperança, a tolerância e o respeito, em um ambiente de hostilidade e segregação, foi o caminho perfeito para minimizar os efeitos do racismo e da desconfiança.

A luta contra o Apartheid fez Mandela pagar um preço alto – sua liberdade.
O homem submetido ao confinamento não se deixou esmorecer, mesmo exposto às chagas do isolamento, intensificou seus estudos e traçou lentamente a brilhante estratégia que se iniciou com a sua libertação em 1990, e culminou com a primeira Copa do Mundo na África, em 2010.

Mandela que sim, buscou incansavelmente a igualdade entre as raças e entre os povos, nos deixa um legado sem tamanho, uma obra sem precedentes no que tange à integração humana.

Merecia sim, ser homenageado aos quatro cantos, pelos povos oprimidos e pelos opressores, pelos negros e pelos brancos.

Sinto-me honrado em ter visto a história ser escrita através das atitudes de Nelson Mandela.


Viva Mandela!  

domingo, 1 de dezembro de 2013

Nilton Santos

E a enciclopédia chegou ao seu último volume em 2013.
88 anos de história, muitos deles dedicados exclusivamente ao futebol.
Nilton Santos é desses que não vemos mais atualmente, ídolo de uma torcida – só vestiu as listras verticais em preto e branco, e claro, a camiseta da seleção nacional.
Nilton é um ícone do nosso desporto, visto que, a imensa maioria da população não o viu jogar(e eu me incluo neste contingente), porém, não tem dúvida alguma de sua capacidade e genialidade, como também é verossímil considerar outros gênios que não vimos, como: Domingos, Leônidas, Zizinho e Puskas, pois são pouquíssimas as imagens existentes desses craques.
Nilton – o melhor amigo de Garrincha,
Nilton – de quatro copas do mundo,
Nilton – bicampeão mundial,
Nilton – da falta que era para ser pênalti contra a Espanha,
Nilton – do Botafogo e do Brasil.

Nilton se junta aos amigos e primeiros campeões pelo Brasil:
Gilmar, Djalma, Orlando, Garrincha, Didi e Vavá.

Existe uma unanimidade entre os que viram Nilton Santos jogar:

Ele jogaria no futebol praticado hoje em dia.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Inteligência Social, ou a falta dela.

Hoje acordei preocupado, preocupado com o rumo das coisas no meu país.
Meu país que sim, teve grandes evoluções nos últimos 25 anos, mas que insiste em mostrar um lado feio para seus próprios filhos. Não vou me aprofundar na questão da corrupção, pois é um tema que ecoa em diversos segmentos, diversas forças e lados políticos, também não falarei dos problemas estruturais, das rodovias, dos engarrafamentos, dos hospitais e das escolas. Vou falar de uma coisa que vem me incomodando faz bastante tempo, desde que me tornei "carioca", há quase sete anos - A inteligência Social, ou a falta dela.
Temos exemplos em grandes profissionais, em todas as áreas, diplomados em grandes escolas;
Temos também exemplos em pessoas bem sucedidas, mas que não possuem os tais diplomas, nem frequentam os endereços mais quentes;
E, obviamente, na camada menos favorecida e com baixa escolaridade.
As demonstrações não fazem a menor diferença quando estamos em um cenário cotidiano, como o trânsito carioca.
É insuportável a forma como o carioca dirige, desrespeitando toda e qualquer norma, ignorando o carro ao lado, o pedestre e os locais demarcados para outras finalidades.
É incompreensível a maneira como grande parte dos motociclistas pilotam suas motos, achando-se os donos dos corredores, sentindo-se como bicicletas ou pedestres, utilizando passarelas, faixas e retornos imaginários, infringindo por completo a lei, que eles simplesmente ignoram.
Os motociclistas que praticam tais infrações são os mesmos que reclamam das injustiças e das desigualdades do país.
O “doutor” que se utiliza do acostamento e da área de estacionamento para furar a fila no trânsito da praia de São Conrado, é o mesmo que joga pedras nos políticos corruptos e avacalha a educação do Brasil.

Aqui é legal ser malandro, é legar ser esperto e levar vantagem sob o bobo.
O malandro fura fila, joga lixo no chão, faz gato na luz e na TV a cabo, não paga seus impostos, compra CD e roupas falsificados – São todas formas do analfabetismo social.
Precisamos erradicar esta peste antes que ela nos atrofie e nos faça ser eternos candidatos a uma grande nação, com uma economia forte, mas um povo ignorante e malandro.

A inteligência social, portanto, é diretamente ligada à ética e às atitudes de um cidadão que sabe que seus direitos terminam onde ou quando começam os do próximo.

E os deveres?


quarta-feira, 17 de abril de 2013


E o Mito foi-se embora...
A dura sensação de vazio, o vácuo, a angústia da saída de nosso último craque.
No caso do desporto, um mito não se constrói, ele é fruto de algumas situações:
Dedicação, talento, comprometimento e a sinergia com o seu clube e seus torcedores.

E o Mito foi-se embora...
Sua manutenção deveria ser sagrada, algo que suplantasse a barreira comercial.
Se pudéssemos enxergar o futuro, teria certeza que nenhum clube venderia um mito.
Imaginem-no, em 2023, com 34 anos, comemorando seiscentos jogos com a negra camisa cruzmaltina – Que notícia! Que alegria! Que festa seria esse feito!
Quantos corações infantis deixaremos de conquistar com ausência do Mito?
Quantas camisas deixaremos de vender?
Quantos torcedores a menos teremos nas arquibancadas?

E o Mito foi-se embora...
Um mito pode ser ou não real,
um ser sobre-humano, uma lenda de ações mágicas, de quase fantasia – imaginação.
Sua veste preta e branca, colorida apenas pela cruz de malta, iluminou o nosso imaginário,
nos ajudou a conquistar o maior título deste século, e nos deu sempre esperança de novas e grandes vitórias.
Seu manto negro, que ultimamente fora revezado com a terceira camiseta – a azul, talvez tenha sido o contraponto à mensagem subliminar que a cor azul nos queria imprimir...
Sua cor não é celeste, sua cor é negra.   

E o Mito foi-se embora...
Esperaremos o seu retorno, a sua volta, o seu regresso.
Sua camiseta número vinte e seis estará à sua espera.
Sua torcida, imensa, agradece sua dedicação ao nosso grande clube.
Que sua ausência seja como a Rosa de Malherbe,
Que de tão breve, dure apenas uma manhã...