quinta-feira, 23 de abril de 2020

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Um domingo de sol, dois amores, duas paixões


O azul do céu e o vermelho do sangue se encontraram neste domingo.
Um encontro que não acontecia há muitos anos, tantos, que não me lembrava da última vez.

O clima era ótimo - amizade, cordialidade e confraternização se viam no evento pré-jogo: "Coração Serrano", onde serranistas e americanos se esbaldavam ao som de um bom e velho rock and roll, regados a cervejas artesanais de Petrópolis e comidinhas especiais, ao lado do campo, na entrada do Estádio Atilio Maroti.

Camisas centenárias, tão tradicionais quanto o futebol, eram a grande atração da tarde.
Não bastava a recente ressurreição do Serrano, precisava ter o America naquela tarde em Petrópolis.

O querido Ameriquinha, do Trajano e do Escobar, subiu a serra, escoltado por três ônibus com seus bravos torcedores, e dentre eles, surgiu bela e confiante, aos noventa anos, Dona Ruth Chaves. Com dificuldades de andar, preferiu torcer do alambrado, parecendo pressentir o pior.

Do lado serranista, os tradicionais guerreiros Theisen e Gilberto, símbolos da resistência de um clube que teimava em sumir, mas que eles insistiam em não deixar.

O futebol raiz estava de volta, torcida família, crianças, avós, todos juntos!
Nada de Grêmio x Inter, Caprichoso x Garantido, era Serrano x America!

Começou o jogo, e me vi ao lado de Dona Ruth, no alambrado - eu estava entre ela e mais alguns torcedores do Serrano, que gritavam para os jogadores do America: - "Joga nada!" - " - volta pra casa!" - teu cabelo é ridículo!", e eis que ao ouvir essa última, Dona Ruth se vira e solta: - "ahh mas as pernas dele são ótimas!". Aos risos, fui cumprimentá-la e parabenizá-la pela dedicação ao clube - extremamente gentil, mostrou-me um sorriso do tamanho do mundo e abriu seus braços em minha direção para um caloroso abraço.

As bandeiras azuis tremuladas na arquibancada frontal, não enganavam, nós estávamos ganhando o jogo, e meu coração como em um momento de Dona Flor, queria não só o azul, mas também o vermelho, sentindo o doce e o amargo, disse à Dona Ruth: Ano que vem, estaremos juntos, novamente aqui, mas pela primeira divisão! Ela voltou a sorrir, e me disse: Combinado!

Serrano e America, futebol raiz, dois amores, duas paixões.

*Foto de Marcelo Berner






terça-feira, 29 de novembro de 2016

Um time, uma torcida, uma cidade

Um time, uma torcida, uma cidade.

Tomei um soco no queixo, fui nocauteado impiedosamente. Não consigo trabalhar, não consigo pensar.
Sempre admirei o futebol de Santa Catarina, me lembra o futebol alemão - cada cidade representada por um clube de futebol.
São na maioria cidades de pequeno porte, com suas economias que, distantes dos grandes centros, são obrigadas a se desenvolver e se tornarem independentes - indústria, agronegócio, economia familiar, prestação de serviços, cultura e esporte.
Longe dos holofotes dos grandes centros do futebol brasileiro, Santa Catarina sempre se dividiu entre torcer pelos times cariocas e gaúchos, por influência geográfica no caso dos pampas, e pela capilaridade nacional da carioca Rede Globo.
O crescimento dos times catarinos dos últimos anos é sustentado pelo fortalecimento econômico da região, pelo sentimento bairrista do torcedor com o time da sua cidade, por ir ao estádio, vestir a sua camisa, encontrar os jogadores andando nas ruas da sua cidade.
É o paradoxo à avalanche cosmopolita de Barcelonas e Real Madris que toma conta da garotada brasileira – menos a garotada de Chapecó.   
Chapecó é a prova da viabilidade do futebol brasileiro do interior. Com cerca de 200 mil habitantes, a cidade preenche as arquibancadas da Arena Índio Condá de verde e branco, cores da Associação Chapecoense de Futebol - que com organização e vontade, o clube de apenas 43 anos, alcançava seu maior êxito, prestes a jogar a final de uma competição continental.
Como disse Beto Guedes na canção Veveco, Canelas e Panelas: “para quem não me conhece, eu sou brasileiro, um povo que ainda guarda a marca interior.”
Na minha cidade – Petrópolis/RJ, temos o Serrano Foot-Ball Club, centenária agremiação que está sendo resgatada por um grupo de amantes do futebol, personalidades da cidade e do esporte que estão se esforçando para trazer a torcida e o time de volta ao cenário. A Chapecoense é o meu exemplo, é a comprovação desta viabilidade, é a referência a ser seguida.
A Chape nos representa, mostra um país feito não apenas pelos gigantes, mas também pelos grandes, pelos fortes, pelos heróis! A tragédia abala o mundo inteiro como uma avalanche, um tsunami, um 11 de setembro. À cidade, às famílias, ao Clube, à torcida, toda a solidariedade e toda força para seguir em frente, sempre!
Tomei um soco no queixo, fui nocauteado impiedosamente. Não consigo trabalhar, não consigo pensar. 

#Chapecoense

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Camisa com História, não morre.


Matéria sobre a música composta por mim, Guido Martini e Breno Morais, para o nosso Serrano Football Club.

Na foto, eu e Dudu Monsanto, idealizador da Frente Azul, que trouxe o Serrano de volta às competições profissionais de futebol.

http://www.serranofootball.club/site/noticia/selecao-de-musicos-homenageia-serrano


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