terça-feira, 26 de novembro de 2013

Inteligência Social, ou a falta dela.

Hoje acordei preocupado, preocupado com o rumo das coisas no meu país.
Meu país que sim, teve grandes evoluções nos últimos 25 anos, mas que insiste em mostrar um lado feio para seus próprios filhos. Não vou me aprofundar na questão da corrupção, pois é um tema que ecoa em diversos segmentos, diversas forças e lados políticos, também não falarei dos problemas estruturais, das rodovias, dos engarrafamentos, dos hospitais e das escolas. Vou falar de uma coisa que vem me incomodando faz bastante tempo, desde que me tornei "carioca", há quase sete anos - A inteligência Social, ou a falta dela.
Temos exemplos em grandes profissionais, em todas as áreas, diplomados em grandes escolas;
Temos também exemplos em pessoas bem sucedidas, mas que não possuem os tais diplomas, nem frequentam os endereços mais quentes;
E, obviamente, na camada menos favorecida e com baixa escolaridade.
As demonstrações não fazem a menor diferença quando estamos em um cenário cotidiano, como o trânsito carioca.
É insuportável a forma como o carioca dirige, desrespeitando toda e qualquer norma, ignorando o carro ao lado, o pedestre e os locais demarcados para outras finalidades.
É incompreensível a maneira como grande parte dos motociclistas pilotam suas motos, achando-se os donos dos corredores, sentindo-se como bicicletas ou pedestres, utilizando passarelas, faixas e retornos imaginários, infringindo por completo a lei, que eles simplesmente ignoram.
Os motociclistas que praticam tais infrações são os mesmos que reclamam das injustiças e das desigualdades do país.
O “doutor” que se utiliza do acostamento e da área de estacionamento para furar a fila no trânsito da praia de São Conrado, é o mesmo que joga pedras nos políticos corruptos e avacalha a educação do Brasil.

Aqui é legal ser malandro, é legar ser esperto e levar vantagem sob o bobo.
O malandro fura fila, joga lixo no chão, faz gato na luz e na TV a cabo, não paga seus impostos, compra CD e roupas falsificados – São todas formas do analfabetismo social.
Precisamos erradicar esta peste antes que ela nos atrofie e nos faça ser eternos candidatos a uma grande nação, com uma economia forte, mas um povo ignorante e malandro.

A inteligência social, portanto, é diretamente ligada à ética e às atitudes de um cidadão que sabe que seus direitos terminam onde ou quando começam os do próximo.

E os deveres?