Hoje
acordei preocupado, preocupado com o rumo das coisas no meu país.
Meu
país que sim, teve grandes evoluções nos últimos 25 anos, mas que insiste em mostrar
um lado feio para seus próprios filhos. Não vou me aprofundar na questão da
corrupção, pois é um tema que ecoa em diversos segmentos, diversas forças e
lados políticos, também não falarei dos problemas estruturais, das rodovias,
dos engarrafamentos, dos hospitais e das escolas. Vou falar de uma coisa que
vem me incomodando faz bastante tempo, desde que me tornei "carioca",
há quase sete anos - A inteligência Social, ou a falta dela.
Temos
exemplos em grandes profissionais, em todas as áreas, diplomados em grandes
escolas;
Temos
também exemplos em pessoas bem sucedidas, mas que não possuem os tais diplomas,
nem frequentam os endereços mais quentes;
E,
obviamente, na camada menos favorecida e com baixa escolaridade.
As
demonstrações não fazem a menor diferença quando estamos em um cenário
cotidiano, como o trânsito carioca.
É
insuportável a forma como o carioca dirige, desrespeitando toda e qualquer
norma, ignorando o carro ao lado, o pedestre e os locais demarcados para outras
finalidades.
É
incompreensível a maneira como grande parte dos motociclistas pilotam suas
motos, achando-se os donos dos corredores, sentindo-se como bicicletas ou
pedestres, utilizando passarelas, faixas e retornos imaginários, infringindo
por completo a lei, que eles simplesmente ignoram.
Os
motociclistas que praticam tais infrações são os mesmos que reclamam das
injustiças e das desigualdades do país.
O
“doutor” que se utiliza do acostamento e da área de estacionamento para furar a fila no trânsito da praia de São Conrado, é o mesmo que joga pedras nos
políticos corruptos e avacalha a educação do Brasil.
Aqui
é legal ser malandro, é legar ser esperto e levar vantagem sob o bobo.
O
malandro fura fila, joga lixo no chão, faz gato na luz e na TV a cabo,
não paga seus impostos, compra CD e roupas falsificados – São todas formas do
analfabetismo social.
Precisamos
erradicar esta peste antes que ela nos atrofie e nos faça ser eternos
candidatos a uma grande nação, com uma economia forte, mas um povo ignorante e
malandro.
A
inteligência social, portanto, é diretamente ligada à ética e às atitudes de um
cidadão que sabe que seus direitos terminam onde ou quando começam os do
próximo.
E os
deveres?