Amante da música e suas vertentes culturais, apreciador da natureza, das montanhas e suas formas de vida, louco pelo futebol raiz. Sempre cantando, tocando violão e fotografando... Penso em um dia ser cronista - mas na real? Sou apaixonado pelo Vasco da Gama, America e Serrano, não dispenso uma partida de War e muito menos um bom papo.
sábado, 7 de outubro de 2017
sexta-feira, 4 de agosto de 2017
Um domingo de sol, dois amores, duas paixões
O azul do céu e o
vermelho do sangue se encontraram neste domingo.
Um encontro que não
acontecia há muitos anos, tantos, que não me lembrava da última vez.
O clima era ótimo -
amizade, cordialidade e confraternização se viam no evento pré-jogo:
"Coração Serrano", onde serranistas e americanos se esbaldavam ao som
de um bom e velho rock and roll, regados a cervejas artesanais de Petrópolis e
comidinhas especiais, ao lado do campo, na entrada do Estádio Atilio Maroti.
Camisas centenárias,
tão tradicionais quanto o futebol, eram a grande atração da tarde.
Não bastava a
recente ressurreição do Serrano, precisava ter o America naquela tarde em
Petrópolis.
O querido
Ameriquinha, do Trajano e do Escobar, subiu a serra, escoltado por três ônibus
com seus bravos torcedores, e dentre eles, surgiu bela e confiante, aos noventa
anos, Dona Ruth Chaves. Com dificuldades de andar, preferiu torcer do
alambrado, parecendo pressentir o pior.
Do lado serranista,
os tradicionais guerreiros Theisen e Gilberto, símbolos da resistência de um
clube que teimava em sumir, mas que eles insistiam em não deixar.
O futebol raiz
estava de volta, torcida família, crianças, avós, todos juntos!
Nada de Grêmio x
Inter, Caprichoso x Garantido, era Serrano x America!
Começou o jogo, e me
vi ao lado de Dona Ruth, no alambrado - eu estava entre ela e mais alguns
torcedores do Serrano, que gritavam para os jogadores do America: - "Joga
nada!" - " - volta pra casa!" - teu cabelo é ridículo!", e
eis que ao ouvir essa última, Dona Ruth se vira e solta: - "ahh mas as
pernas dele são ótimas!". Aos risos, fui cumprimentá-la e parabenizá-la
pela dedicação ao clube - extremamente gentil, mostrou-me um sorriso do tamanho
do mundo e abriu seus braços em minha direção para um caloroso abraço.
As bandeiras azuis
tremuladas na arquibancada frontal, não enganavam, nós estávamos ganhando o
jogo, e meu coração como em um momento de Dona Flor, queria não só o azul, mas
também o vermelho, sentindo o doce e o amargo, disse à Dona Ruth: Ano que vem,
estaremos juntos, novamente aqui, mas pela primeira divisão! Ela voltou a
sorrir, e me disse: Combinado!
Serrano e America,
futebol raiz, dois amores, duas paixões.
*Foto de Marcelo Berner
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
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