E o Mito foi-se
embora...
A dura sensação de vazio, o vácuo, a angústia da saída de
nosso último craque.
No caso do desporto, um mito não se constrói, ele é fruto
de algumas situações:
Dedicação, talento, comprometimento e a sinergia com o seu
clube e seus torcedores.
E o Mito foi-se
embora...
Sua manutenção deveria ser sagrada, algo que suplantasse
a barreira comercial.
Se pudéssemos enxergar o futuro, teria certeza que nenhum
clube venderia um mito.
Imaginem-no, em 2023, com 34 anos, comemorando seiscentos
jogos com a negra camisa cruzmaltina – Que notícia! Que alegria! Que festa
seria esse feito!
Quantos corações infantis deixaremos de conquistar com
ausência do Mito?
Quantas camisas deixaremos de vender?
Quantos torcedores a menos teremos nas arquibancadas?
E o Mito foi-se
embora...
Um mito pode ser ou não real,
um ser sobre-humano, uma lenda de ações mágicas, de quase
fantasia – imaginação.
Sua veste preta e branca, colorida apenas pela cruz de
malta, iluminou o nosso imaginário,
nos ajudou a conquistar o maior título deste século, e
nos deu sempre esperança de novas e grandes vitórias.
Seu manto negro, que ultimamente fora revezado com a terceira
camiseta – a azul, talvez tenha sido o contraponto à mensagem subliminar que a
cor azul nos queria imprimir...
Sua cor não é celeste, sua cor é negra.
E o Mito foi-se
embora...
Esperaremos o seu retorno, a sua volta, o seu regresso.
Sua camiseta número vinte e seis estará à sua espera.
Sua torcida, imensa, agradece sua dedicação ao nosso
grande clube.
Que sua ausência seja como a Rosa de Malherbe,
Que de tão breve, dure apenas uma manhã...