onde a cidade inteira respira esporte, vida, esperança e cidadania.
Em meio a essa ressaca desse turbilhão de emoções,
me vi hoje em um cenário no mínimo intrigante:
Às margens de uma comunidade carente, presenciei uma cena
que me fez repensar a vida, me fez sonhar em tempo de chorar...
Dois meninos, no ápice da
inocente infância, da vontade inerente à pobreza,
da criatividade inconsciente
à autodefesa da sobrevivência...Yuri e Guilherme,
curiosamente tomados pela magia do esporte,
mesmo impossibilitados de praticá-lo dentro das condições oficiais,
foram desbravadores de um improvável improviso nunca antes
visto pelas minhas trinta e uma primaveras.
Não seria mais fácil uma bola
de meia, em um país de Pelés e Ronaldos? Ou um “cinco corta” de Tandes e Gibas?
Pois é... a primavera e as sombras das árvores que amenizam o calor desumano de
Bangu, me presentearam com esta cena cinematográfica em terras de Zizinho e
Marinho.
A dupla juvenil praticava um
empolgante ping pong outdoor.
Ping Pong sim, tênis de mesa
ainda não... pois as regras não eram as mesmas, muito menos os uniformes, a
alimentação adequada e as condições do “terreno”.
Sobre dois pirulitos da
calçada, que impedem os carros de tomá-la de vaga,
os meninos apoiaram uma folha
de madeirite retangular, que certamente serviu de acessório em alguma obra
próxima,adaptaram um caibro no meio da folha, um peguilho que se fez de rede, que definia quem ganhava e quem perdia a partida....
Às mãos, raquetes bem
surradas, certamente doadas por algum praticante de tênis de mesa.
A bolinha - compra-se por um
real em qualquer biboca do subúrbio carioca.
Faltava-me tempo para voltar
e conferir a cena, mas voltei.
Falta-me tempo para escrever,
mas o fiz.
Salve Biriba, Kano e Hoyama,
Salve a vontade da criança
que inflama, a falta de oportunidade que clama,
e que a dura realidade,
nunca apague esta chama....
Boa Melinho,
ResponderExcluirMente criativa a serviço do entreterimento.
Sucesso no novo canal.
Abraços,
Edu