Ontem fez 35 anos que “aportei” no Bairro Mauá.
O portal de
entrada imponente – pelo menos para um garoto de cinco anos, me impressionou de
cara, parecia a entrada de uma fazenda, histórica como a nossa cidade de
Petrópolis.
Um bairro pequeno e desconhecido de quase todos, que tinha nas suas
poucas ruas, mais terrenos do que casas, e também uma curiosidade: As suas ruas não eram
batizadas com nomes de artistas, personalidades ou famosos, como de
costume – elas eram organizadas sequencialmente por letras, de A a E.
Meu pai conseguiu autorização para batizar a nossa rua B,
que passou a se chamar Rua Padre José Mauricio, uma bela homenagem ao grande músico
brasileiro nascido José Maurício Nunes Garcia, em 1767 no Rio de Janeiro, que
mesmo sendo descendente de escravos, estudou música, letras e ciências humanas,
e se tornou mestre de Capela da Catedral do Rio de Janeiro – uma referência na
música brasileira do período de transição entre o Brasil Colônia e o Brasil
Império.
Voltando ao bairro Mauá, o meu 1° de julho de 1981 foi de ajuda
à minha mãe com a mudança e a descoberta da casa nova. Lembro-me da minha tia
me pegando no colo para lavar as mãos na pia do banheiro, após almoçar um
mexidinho de arroz e ovo, feito no fogão recém instalado.
Logo fiz amizades no bairro, meu amigo vascaíno Renato Fragoso,
protagonizou o primeiro papo, sob o baixíssimo muro que dividia as casas
vizinhas. Logo vieram mais amigos, como o Guilherme e Cadinho, e outros mais, dos
quais perdi o contato e não tenho notícias, como o Bruninho(filho do Abel, que
morava na Vila Isabel, no Rio, e passava fim de semana na casa da rua C (futura
Jorge Lemgruber), e os irmãos Kiko e Ique(Rodrigo e Luis Henrique), da casa
grande do Largo. Brincávamos muito, jogávamos bola, botão, bolinha de gude,
soltávamos pipa, programávamos corridas intermináveis de bicicleta, sonhávamos e
construíamos pistas de cross nos terrenos - tínhamos uma parceria forte.
Os anos seguintes, de 1987 a 1992 foram também muito significativos.
A quantidade de adolescentes juntos era enorme. Nós meninos já havíamos largado
pipa, bola e botão, e as meninas também os papéis de carta e as bonecas, agora nós estávamos
todos juntos, conversando, ouvindo música, tocando violão e cantando, confabulando
as primeiras festinhas e sonhando juntos. Os desafios eram outros, não sobrar na dança da
vassoura, ter o papo mais cabeça, decorar Eduardo e Mônica e Faroeste
Caboclo, que tocavam na vitrola da garagem da Fabiana e Luciana, mostrar
que não éramos mais crianças.
O bairro era muito alegre e festeiro, não precisávamos de muita coisa e nem de dinheiro para nos divertir. Sonhávamos e tínhamos tempo!
O que você lembra desse tempo?
Lindo texto!
ResponderExcluirBoas lembranças!
Vc como sempre um gentleman.
Beijos
Lindo texto!
ResponderExcluirBoas lembranças!
Vc como sempre um gentleman.
Beijos